"Esta é uma história de superação!". Quantas vezes não deparamos com falas como essa diante de uma narrativa sobre uma pessoa com deficiência?
Expressões como a citada no começo desse texto são típicas do chamado capacitismo, um comportamento preconceituoso com a pessoa com deficiência.
Capacitismo é toda forma preconceituosa de tratamento dado a pessoas com deficiência, fazendo com que elas se sintam 'incapazes'.
“Se alguém diz que uma pessoa com deficiência não pode fazer algo ou que ela não é capaz de fazer algo por si só, isso é capacitismo”, explica Sidney Tobias, consultor de Acessibilidade Digital.
"Quando eu pago com cartão de crédito, me perguntam: 'você consegue digitar?' Quando alguém diz: 'apesar de ser cego, você anda muito bem'”, conta Tobias, que é deficiente visual.
A infantilização de pessoas com deficiência também é um dos traços comuns do capacitismo, já que muitos veem PCDs como indivíduos incapazes de trabalhar, estudar, ter relações sexuais etc.
Uma forma de diminuir o capacitismo no cotidiano
é excluir frases e comportamentos.
Veja exemplos:
- "Apesar de ser cego, você anda bem!"
- "Fica dando de João sem braço"
- "Que mancada!"
- "E eu aqui com pernas, nem consigo fazer o que ele consegue"
- "Pare de ser retardado!"
- "Você é retardado?"
- "Você é cego?"
- "Que história inspiradora! -
"Apesar da sua deficiência, você conseguiu"
- "Você estuda em uma associação?"
- "Você transa mesmo assim?"
- "Como você se relaciona sendo assim?"
- "Nossa, mas ele/ela nem parece que tem deficiência"
- "Nossa, mas a sua cara é normal"
- "Mesmo sendo deficiente, ele consegue"
- "Muito bom ter pessoas como você aqui".